sábado, 26 de janeiro de 2013



Desfaça-me. Reparta-me. Transforme-me em pó, em rastros de tempos passados, em frangalhos daquilo que não volta, daquilo que da pele há muito se desprendeu. Transporte-me para longe de minha alma, desencontre meu corpo e reencontre a calma.
Não quero isso que sou, não quero isso que fui. Desapareça com meu ritmo, minha voz, meu cansaço. Não quero meu rosto, minhas mãos, meus joelhos, braços e cabelos. Quero tornar-me esse vazio que se espalha, essas frases soltas sem sentido algum.
Abandone minhas partes em diversos pontos da estrada. Certifique-se de que nunca se encontrem, de que se bordarão a restos de outras almas, que serão tudo ainda que em essência resumam-se ao nada.

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