sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Aquele velho discurso que entre lágrimas você tanto ensaia no espelho embaçado do banheiro. Aquela mesma carta que há anos habita o lado esquerdo da última gaveta do criado-mudo. Aquela frase que seus ouvidos imploram há meses que seja dita. Aquele sufoco que só em teu corpo parece existir.
Aquele vazio entre teus braços, aquela mesma saudade do que inexiste. Aquela esperança abafada de que passe, que notem, que resolvam, que se importem. Aquela eterna colisão entre teu corpo e tua alma. Aquele antigo medo de não ser tudo, de ser nada. Aquele ódio contido, aquele abraço que não foi dado. Tendo medo do escuro e medo do claro.

Um comentário:

  1. aquela fixação infinda de ser algo pra alguém, forma de forjar o medo em carência. e medo, medo de quê?
    gostei!

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