segunda-feira, 26 de abril de 2010

Estou preparada, e agora?

Ando tão cansada, como se eu passasse o dia todo lutando contra demônios interiores, quando na verdade eu deveria estar cansada de não fazer nada, de não ser nada, de ser nada, ou algo assim.
Estive naquele carro enquanto a chuva caía freneticamente sob a carroceria, e eu podia sentir o medo de todos. O asfalto sumia, as cores eram estranhas, era como se a qualquer momento um outro veículo pudesse cruzar o caminho e acabar com tudo.
Eu me senti preparada para aquilo. Não como se eu desejasse a morte, ou estivesse esperando por ela. Mas vi o medo com indiferença. Não havia nada a perder, tempo apenas. Meus planos são tão abstratos que boa parte deles nem eu acredito que se realizarão. Minha vida é tão de faz de conta que acredito que morrer não me faria morrer de verdade, apenas deixar de respirar.
Eu não deixaria nada para trás. Talvez alguns sonhos não realizados, alguns abraços não dados, mas nenhum coração partido. Senti o contato do pneu com o asfalto, eu reconhecia aquela rua, aquela luz, aquela casa. Voltei para minha solidão, minha vida que não vai acabar tão cedo, mesmo que eu esteja pronta.





ps: Obrigado por seguirem <3

Um comentário:

  1. Venho ao seu blog com um simples objetivo: ler seus textos. Mas no final, depois de lidos, eles passam a não ser simples textos ou uma simples leitura. Penso sobre tudo. Reflito e me identifico muito com você, com a sua vida.

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