terça-feira, 18 de agosto de 2009

Eu.

Sempre tive vontade de morrer, é verdade. Não falo isso da boca pra fora, ou por fúria de algum momento, eu sempre quis morrer porque morrer é mais fácil, é rápido, em instantes tudo acaba, nada de dor, nada de amor, nada de nada, mãos frias, apenas. Talvez eu fale isso porque sou fraca, sou covarde e não sei lutar, quando sinto medo corro pra Deus e peço a ele que me mate, talvez porque eu seja tão covarde que não consigo nem me matar, e talvez ele não me mate porque ele nem sequer existe, mas isso eu realmente não sei.
Eu sempre tive vontade de voar, voar como um passarinho, ou se no futuro não houver mais passarinhos, voar como uma aeronave. Eu sempre quis burlar essa lei da gravidade e provar que tudo no mundo esta errado e que eu posso fazer o que quiser do meu jeito, fazer tudo que falam ser impossível, eu sempre quis provar que magia existe.
Eu sempre acreditei que as pessoas viravam estrelinhas quando morriam, e que de noite, quando eu olhasse para o céu eu poderia vê-las sorrir, ou até mesmo dançarem pelo tom eterno de azul escuro que envolve a noite, mas eu nunca vi, talvez porque não acreditei o suficiente ou porque isso não existe.
Eu sempre tive vontade de dormir pra sempre, e ficar assim, eternamente, sonhando aqueles sonhos que não viram realidade. Também quis não sonhar, porque quando eu sonho parece tão real que dói, dói mesmo, acordar e ver que tudo foi apenas sonho, mais nada, mas ao mesmo tempo em que dói é feliz, acordar e pensar que eu poderia viver todas essas coisas com alguém, ilusão eu sei, ilusões geralmente me agradam.
Sempre tive vontade de ser uma bailarina, daquelas de caixinha de música, sempre ali sorrindo, vivendo em um ballet eterno, sempre ali a disposição para quando alguém da corda. Mas penso então que deve ser um tanto quanto sem graça, viver sempre as mesmas coisas, presa pelos pés dentro de uma caixa, dançando mesmo quando não quero respirar, ou quando meu coração foi partido. Mas quem partiria o coração de uma bailarina de caixinha de música? Bailarinas de caixinha de música nem sequer tem coração, é o que pensam.
Sempre quis deixar de me importar com as coisas, ser fria e sem sentimentos, sempre quis não amar ninguém, ser diferente de todos, incomum, mas nunca fui, e aposto que nunca serei, serei sempre a menina boba com crenças e vontades estranhas que não valem nem o ar da própria respiração.

2 comentários:

  1. nossa moça que linda , você escreve muito bem , gostei bastante do seu blog , concerteza voltarei mais vezes pra ler (: .
    é , eu queria que tudo fosse fácil , queria gritar que todos estão errados indo pra igreja pensando que assim se livrarão de pecados . eu queria ser revolucionária , ou só uma revolucionária frustrada , a gente se parece , sabia ? (: visita tá ? www.arrasteumacadeira.blogspot.com

    :*

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  2. Eu também sempre quis morrer, ás vezes ainda quero .-.
    Adorei o texto *-*

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