terça-feira, 18 de setembro de 2012



“Eu me vi sozinha na floresta, a neve caía, a luz brilhava num azul misterioso entre as árvores escuras.  Esse lugar eu conhecia muito bem. Tinha sonhado com ele muitas vezes desde que voltara à rua da Ponte. Foi aqui que mataram o raposo.
Ouvi a trompa do caçador soar e comecei a correr. Estava no meu pesadelo, mas desta vez sabia que não haveria despertar.
Ah, como eu corri. Escorreguei, tropecei, caí, levantei  de novo e continuei até, exausta, não poder  mais prosseguir. Meu hálito subia como o vapor de uma panela fervendo. Fiquei congelada de medo, os olhos fechados, esperando ser apenas uma luz azul, sabendo no meu coração que não era.”

Coriandra, Sally Gardner.
 

2 comentários:

  1. Que maneira poetica de deescrever um pesadelo. Adorei.

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    1. Awm, que bom que gostou! *-*
      Esse livro é maravilhoso, cheio dessas descrições poéticas de coisas perturbadoras. Lindo, lindo!

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