Em meus braços aninhava-se, tão pequena, tão frágil e despedaçada. Encolhia-se em seu pijama largo e manchado, olhando-me nos olhos como quem pergunta que caminho seguir. E não havia nada, nada que eu pudesse fazer. Não havia nada que pudesse ser dito, nada que fizesse sarar suas grandes pequenas feridas, seus enormes e cheios vazios.
Apenas a apertava em meus braços, acariciando seus cachos, beijando-lhe as lágrimas. Sussurrava canções de ninar ao pé de seu ouvido, roçando meus lábios suavemente em sua nuca e ombros, tomando suas ásperas e frias mãos, e esperando que passasse, que acalmassem seus frios demônios, que dessem passagem para seu riso rouco.
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