domingo, 14 de agosto de 2011


Seus braços, outrora confortáveis ao redor de meu corpo, agora me sufocam pouco a pouco. Seus lábios, antes cálidos em minha orelha fria, agora queimam minha cartilagem. Seus dedos, outrora leves em minha nuca, agora arranham minhas costas, rasgam minha pele, inozam meus cabelos.
Minhas mãos, um dia macias, agora parecem lixas com as quais sinto o mundo. Meus olhos, antes lentes impecavelmente límpidas, agora mostram distorcidos traços do que deveriam ser faces. Meu tronco, outrora confortavelmente aninhável, agora preso a braços que não são bem vindos, a um corpo que ninguém convidou.

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