quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Deitada sobre a cama sem colchão, suas mãos magras e ásperas escondem seu rosto úmido, e seu corpo todo treme descontroladamente como se tentasse expulsar de dentro dela o vazio.
As luzes, que penetram o quarto pelas frestas da parede de madeira, iluminam sua pele pálida, seus dedos fechados em punho contra o peito, suas pálpebras inchadas, suas olheiras profundas, seus dentes contra os lábios. Ela desliza de encontro com o piso gelado, encolhendo-se sobre o tapete marfim.
E espera por algum telefonema, por alguém batendo na porta, por passos sobre o gramado, por braços ao redor de seu corpo.


Não sei mais escrever.

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