terça-feira, 20 de julho de 2010

Os dedos apressados corriam pelas teclas firmes da máquina de escrever, o gosto do café misturando-se ao doce paladar da nostalgia. As memórias incertas, as histórias desconhecidas, um passado que não foi vivido por quem o lembra. A imaginação toma conta dos fatos, destorcendo, inventando, criando juntas, desfazendo laços, criando e recriando novos espaços.
As cortinas brancas de renda, as paredes de madeira manchada, o assoalho lustroso, os relógios parados, os aparelhos desligados, os móveis vazios, as memórias em caixas, em pequenos cantos. Lembranças de uma tarde cheia, em que as portas estavam abertas, os móveis cheios, a casa limpa, sem teias, sem ratos, sem mofo. Lembranças de quando se criavam as lembranças e não se lembravam.

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