quinta-feira, 22 de julho de 2010

Andei por aquelas mesmas ruas durante uma tarde inteira, eram as únicas que eu conhecia naquela cidade pequena. Observei vitrines de lojas que nunca entrei, apenas observei as roupas caras e que serão feias para todos no ano que vem, ri de uma forma estranha, um riso forçado, e percebi as vendedoras me fitarem com olhos de pena. Caminhei pelo shopping, desviando de conhecidos, desviando de desconhecidos, mudando de direção ao me deparar com felicidade. Queria apenas chegar em algum lugar.
Com passos fracos aproximei-me de um banco vazio na praça da cidade. Não havia muitas pessoas, algumas crianças no parquinho, alguns casais sob as àrvores e alguns velhos bêbados jogando conversa fora perto de uma carrocinha de cachorro quente. Desviei o olhar deles, me concentrando nos desenhos da calçada. Desgastados, manchados, grudentos de chiclete, imprecisos e mal desenhados. Senti-me diluída ao piso.
7 de outubro, eu não esperava muito dessa data fazia alguns anos, talvez alguns marshmallows e meu filme favorito. Isso em um ano bom, em anos ruins não havia nada a esperar. Esse era um ano ruim. Mas eu não costumava me importar, não é uma data tão diferente das outras, e pensando bem, eu não espero nada de dia algum.
Então, deitei-me no banco frio, jogando meu casaco pra servir de apoio ao pescoço, e observei as nuvens formarem desenhos, e transformarem os desenhos já formados em desenhos novos.

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