segunda-feira, 10 de maio de 2010

Seus finos braços me envolviam contra seu corpo magro e pálido. Se houvesse defeitos eu poderia vê-los todos, mas não havia um sequer. Seu corpo era perfeito, como um dia nublado, como uma noite de verão.
Seu corpo mostrava algumas tatuagens, e a ausência de cores nelas faziam contraste com o excesso de cores nas minhas. Tudo nele era sem cor, tudo em mim era colorido.
- Você está tão calada. – Ele levantou meu queixo, observando meu rosto e roubando um leve beijo de meus lábios.
- Só estou pensando.
Ele se levantou sobre o lençol bege, arrumando as colchas esverdeadas que impediam seu movimento. Sentando-se em minha frente, me levantando para me aninhar em seus braços novamente.
- Pensando em que, meu amor? – Olhou calmamente para mim, e sorriu.
- Pensando no quão perfeito isso é. Pensando em como suas roupas jogadas sobre o assoalho velho do meu quarto parecem terem sido feitas para estarem ali. Sobre como suas malas, seu cheiro, seus papéis e hábitos parecem fazer parte do meu quarto, de mim. E como eu, eu fui feita para estar em seus braços.
Bill sorriu e aproximou seu rosto do meu, encarando-me com seus olhos castanhos perfeitos, deixando que eu visse meu reflexo. Ficamos assim por algum tempo incontável, um pedaço de eternidade. Fiquei perdida naqueles olhos, procurando alguma memória em que eles não estivessem presentes.
E então ele interrompeu meu pensamento puxando meu rosto para mais perto do seu, fechando seus lindos olhos e fazendo com que meus olhos se fechassem enquanto meus lábios encontravam os dele.
Seu hálito tomou conta de minha boca rapidamente, e sua língua quente agarrou-se a minha deixando-me apreciar melhor o seu gosto, seu doce veneno. Eu passaria a vida inteira lutando se eu soubesse que no fim provaria seu beijo.
Seus lábios correram de meu rosto até meu pescoço, e seus braços me empurraram calmamente de volta aos lençóis.

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