quarta-feira, 4 de maio de 2011


Pouco a pouco Konstantine foi nos deixando.. Primeiro foram seus lábios macios que não mais se encontraram com os meus. Depois seus dedos leves que deixaram o calor frio de minhas mãos. Em pouco tempo só restavam seus lindos olhos cinza fitando o vazio de nossos cômodos.
Prendi-me àquele olhar vago, prendi-me aos brilhos fracos que dançavam em sua íris nebulosa, prendi-me o máximo que pude. Prendi-me até que evaporaram os olhos, os brilhos, as nuvens.
Não houve tempo para falas. Não houve tempo para trocar os lençóis, limpar o jardim, varrer o assoalho, tirar pó dos móveis. Não houve tempo para confessar meu amor, revelar essas faltas, esses ódios, esses medos. Não houve tempo para Konstantine.
Konstantine não teve tempo.

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