sábado, 4 de dezembro de 2010

Essas lágrimas mornas que espalham-se por minhas maças do rosto, descendo até a ponta de meu queixo e evaporando depressa, indo pra lugar algum, me abandonando como todo o resto. Essa certeza incurável de que  tudo está errado, de que nada faz sentido, de que todos foram embora, de que ninguém se importa.
Vocês, mentirosos, que dizem me amar, que me pedem todos os dias pra lutar, onde estão vocês agora? Meu estômago arde, meu peito fraqueja, a molestia me domina, meu pés falham, minhas mãos desistem, e onde estão vocês? Onde estão vocês enquanto o mundo desmorona sobre mim?
Mordo a maça arenosa, passo os dedos sobre meu corpo largo, sobre meu quadril feminino, sobre meu ventre em chamas, e jogo-me ao chão. Alguém me salve agora, por favor!

Um comentário: