quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Minhas mãos roçam por entre meus joelhos escondidos na calça azul do uniforme onde grandes manchas de cera se espalham - manchas das vezes que arrastei meu corpo pelo piso do banheiro - e meus olhos fixam-se no piso de parquê embaçado e arranhado. Sinto os olhos, curiosos e cruéis, observarem e julgarem minha postura, minhas pernas, ventre, braços, mãos, unhas, cabelos e face. Sinto o gosto de desprezo nos lábios alheios, e sinto o odor de minha própria inferioridade.

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