domingo, 10 de outubro de 2010

Corria desesperada, apertando as unhas contra a palma das mãos, e sussurrando por entre a multidão que precisava, precisava de ajuda. Precisava que alguém, qualquer alguém, alguém a ajudasse. Mas ninguém ouvia, ninguém a via, ninguém sentia aquilo que a feria tanto.
Ela agarrou, de repente, um daqueles braços vestindo paletó, e fixou seus olhos fundos nos olhos claros por trás do óculos de lente grossa e com marcas de dedos. Oh, senhor, me ajude, me ajude! E antes que pudesse repetir, foi empurrada contra a maré de corpos.
Me ajude, alguém me ajude. E a multidão abafou seus gritos fracos, e a diluiu naquele teatro urbano, enquanto ela, perdida, caia contra o concreto. Alguém, alguém me ajude. Alguém a ouviu? Alguém a viu?


I'm in here, can anybody see me?
Can anybody help?
I'm in here, a prisoner of history
Can anybody help

Nenhum comentário:

Postar um comentário