terça-feira, 3 de agosto de 2010

O peso das pedras no bolso de meu casaco vermelho puxa meu corpo para baixo, até que minhas costas toquem as pedras do fundo. Abro meus lábios, engolindo água, respiro com força, preenchendo meus pulmões com o líquido salgado.
Fecho os olhos. Nem um filme de minha vida, nenhuma memória, nem um temor, nem uma força interna me forçando a bater as pernas até a superfície, me forçando a lutar por um segundo a mais. Nada.
Minha garganta queima, e as chamas passeiam por todo caminho antes feito pela água salgada, ignoro a sede que sinto, ignoro o fogo, ignoro minha falta de ar, apenas espero. A intensidade das chamas parece aumentar gradualmente, até que para de queimar, volta por alguns segundos, e então não sinto mais nada.

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