quarta-feira, 30 de junho de 2010

Estou quebrada, e não canso de me quebrar mais e mais. Gosto de rir dessas coisas, fazer de conta que não importam, que as palavras dela não doem até hoje, que as lágrimas deles não corroeram minha armadura, que os medos dela não são meus medos. Gosto de fazer de conta que estou mais quebrada do que estou, e que estou suportando apenas por prazer, apenas por gostar da dor.
Mas, quando eu chego em casa, quando eu tiro os malditos uniformes, quando eu fecho meus lábios e abro meus ouvidos, quando eu deixo a sociedade e todos seus preceitos patéticos, entrego-me a verdadeiro dor. A dor de não tê-la, de não senti-la, de nunca ter sentido, de nunca mais sentir. A dor de perdê-la, de procurá-la, de encontrá-la não querendo ser encontrada. A dor de se prender em palavras, em composições que parecem tão antigas, em romances acabados, em histórias que foram contadas, em segredos compartilhados. Eu quero que doa, porque eu quero que acabe. Mas não acaba, dói cada dia mais.
Porque o fim que eu quero não é mesmo fim já que chegou.

Um comentário:

  1. Por que seus textos parecem que foram escritos por mim? Muito muito bom! Parabéns! *-*

    ResponderExcluir