quarta-feira, 7 de abril de 2010

Para onde foi?

Onde foi parar a dor? Para onde foi o gosto de desgosto em meus lábios? Nos lábios não mais estão. Sinto falta do drama, da fotografia perfeita de uma garota infeliz. Café, doces, moletons e mau humor, é tudo que eu preciso. Nem isso veio a me deprimir. Algo está errado, algo mudou de ontem para hoje.
Estou sorrindo, procurando risos, não risos dramáticos que no fim trazem lágrimas aos olhos, risos enigmáticos, sem razão aparente. Para onde foi meu drama? O frio congela meus finos dedos, meus pulsos e minhas bochechas, dando-lhes um tom avermelhado que de certa forma, tem sua graça. Isso costumava me animar, mas de um jeito bom. Do tipo de felicidade em que você não sorri, apenas sente em silêncio, sem demonstrações públicas. Odeio felicidade pública. Mas droga, estou sorrindo. Estou mostrando meus dentes amarelados pelo excesso de café, estou revelando uma felicidade interna que é tão sem graça quanto o próprio verbo sorrir.
Isso não sou eu. Eu não me divirto, não dessa forma. Eu não quero me divertir. Eu quero drama, solidão, livros e desgostos para comemorar internamente, fotografias embaçadas pelo tempo, tristezas sem razão, marcas abaixo dos olhos, lágrimas de medo e rejeição. Isso sou eu. Esse drama barato, essa novela mexicana sem intervalos.

Um comentário:

  1. eu também quero um drama. mas eu estou tão cansada de todos eles, quero outra coisa, varias outras coisas, odeio minha monotonia.

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