sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

não sei se volto, não sei se vivo.

Me encontro sentada em frente a uma pequena escrivaninha, colocando em um papel todas as dores, magoas, verdades e mentiras que escondi durante esses terríveis anos de existência. Não é como se eu precisasse continuar escondendo, eu não preciso, eu decidi ir embora, eu decidi dizer adeus, e então pouco importa se descobrirem o quanto doía respirar.
Eu sei que essa é a decisão mais fácil e a mais difícil, é a mais fácil por não valer muito, você morre e os problemas acabam, só. E a mais difícil porque você não sabe como fazer, a hora certa para fazer, não faz idéia do que vem depois, e não sabe como todos vão se sentir com isso. Não quero que pensem que sou uma pessoa fraca, ou que sintam culpa por essas coisas, ninguém tem culpa, eu tenho culpa.
Eu apenas não consigo mais suportar essas pequenas coisas, eu apenas não consigo mais levantar de manhã e pensar “terei um bom dia, isso só depende de mim.”, por alguns anos isso funcionou, mas agora não funciona mais, não funciona por ser apenas uma pequena farsa, o meu dia não depende de mim, aparentemente nada depende de mim.
As pessoas agem como se pudessem decidir tudo por mim, e se eu tento fazer diferente é porque alguém me influenciou a isso. Que tipo de droga qualquer pensam que eu sou? Eu sou uma fracassada, não um fracasso.
As pessoas pensam que podem jogar todas as verdades em mim e depois agirem como se nada, nada tivesse acontecido. Mas algo aconteceu, algo aconteceu nesses últimos sete anos, e não foi algo bom, muito pelo contrário, eu lembro vagamente de estar chorando e mamãe me abraçando, eu tinha uns seis anos, eu precisava tanto dela, e ela estava ali para isso. Mas então de uma hora pra outra as coisas mudaram, eu estava com doze anos jogada no chão do quarto, eu precisava de mamãe agora, mas mamãe não estava ali. Mamãe não tinha ido embora, mamãe continuava a mesma com todos, menos comigo. Eu não sei o que fiz, e não consigo entender porque as coisas mudaram, eu apenas sinto falta de abraçar alguém quando preciso.
Talvez a culpa disso seja minha, talvez ela não tenha mudado, talvez eu tenha mudado e os meus discursos de como eu não preciso de ninguém tenham tido algum efeito. Mas o fato é, as coisas mudaram, e eu sou orgulhosa demais pra tentar mudá-las para melhor.
Dar um fim as coisas parece bom, pelo menos não haveriam mais discussões durante a noite sobre o que fazer com essa garota e seus enormes problemas, ou para onde levá-la, e não haveriam mais gritos, nem portas batendo, nem dor.
É o fim, desculpe.

2 comentários:

  1. aain maay , é um fim perfeito então . nossa cara , eu estou a tanto tempo sem escrever que dá ate inveja . porra meo , você escreve muito , sua mente vale ouro , alias , nossas mentes né , só não temos sido muito reconhecidas . super me identifiquei com tudo que você escreveu , realmente parece que nos escrevemos uma em nome da outra . não pare nunca de escrever , viu ? (: adoro você .

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