sexta-feira, 27 de novembro de 2009

voltei, ou não.

perdi tanto tempo criando histórias e mais histórias, sonhos e mais sonhos, em cima de alguém real, real para qualquer pessoa, menos para mim. Eu sempre tive essa vontade, esse sonho estúpido de viver um romance bobo e infantil, não exatamente um romance, uma amizade colorida que nunca deixasse de ser amizade.
Eu imaginava meu futuro vivendo das memórias dessa amizade, lembrando dos invernos com chocolate quente, dos verões escondidos em shoppings, das noites de luar rindo por qualquer bobagem, dos piqueniques perto do lago, eu imaginava isso tão perfeitamente que de alguma forma passou a ser real para mim.
Eu realmente sentia como se eu fosse uma garota diferente, uma garota sociável e doce, eu me sentia especial para alguém. Sentia que as coisas tinham algum sentido, alguma felicidade, tudo era tão especial nesse mundo, nessa minha vida.
E dói tanto perceber, de uma hora pra outra, que isso era só minha imaginação, só um teatro interior, apenas diálogos com um cobertor, que nenhuma dessas viagens, nenhuma dessas tardes, nada disso realmente existiu.
Mas, o pior de tudo, é saber que isso existe, não para mim, mas existe. Existe para outras pessoas, e para elas isso é tão comum, tão rotineiro.

Um comentário:

  1. e para outras na verdade não é simples e alcançável.
    eu senti muito, mas muito, essa vontade que você descreve, mas no meu caso era fuga, eu não me assumia. nada mudou, eu me assumo mas ainda sonho com a "doce inocência morta".
    esse teu texto descreveu o início do meu blog.
    obrigada.
    http://doceinocenciamorta.blogspot.com/

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