meus olhos agora.

Naquela manhã foi diferente acordar, geralmente acordo e não ouço um barulho sequer e então mantenho meus olhos fechados, como se houvesse diferença mantê-los abertos. De fato há. É mais fácil “ver” com os olhos fechados, pelo menos para mim. Quando estão abertos existe uma enorme escuridão que termina em uma mancha, diria a cor se pudesse, mas até hoje Marie não soube explicar como são as cores. Não por falta de palavras, caso fosse teria me dado as cores deixando-me senti-las. Um dia pedi se era possível me deixar senti-las, ela respondeu com lagrimas me apertando contra seu corpo. Entendi como um não. O primeiro de muitos. Mas naquela manhã havia um som, e não vinha de longe, vinha de perto, perto demais. Estiquei meus braços para o lado e senti, alguém dormia comigo.

Konstantine.